O conhecido Avi Schiffmann, famoso por criar o primeiro site que rastreava casos de COVID-19 em tempo real, deu uma nova guinada em sua carreira. Depois de abandonar a Universidade de Harvard, Schiffmann, 21 anos, lançou o "Friend", um dispositivo vestível de inteligência artificial projetado para atuar como um companheiro constante.

Schiffmann ganhou fama em 2020 ao desenvolver uma ferramenta crucial durante a pandemia, o que lhe rendeu um prêmio Webby. Nos últimos anos, ele também lançou uma plataforma que ajudou refugiados ucranianos a encontrar acomodação em países vizinhos. Agora, seu foco está em um mercado diferente: wearables de IA, na esperança de superar os fracassos anteriores de produtos semelhantes, como o Humane AI Pin e o Rabbit R1.

 

Um "companheiro de IA"

O "Friend" é um dispositivo vestível, composto por um microfone e uma bateria interna, projetado para ser conectado a um iPhone. Seu preço de lançamento é US$ 99 e, embora atualmente não exija uma assinatura, isso pode mudar devido ao uso intenso do chatbot Claude 3.5 da Anthropic, que pode exigir recursos computacionais significativos.

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O dispositivo foi projetado para ouvir constantemente o usuário e fornecer respostas por meio de seu aplicativo móvel, lembrando a interação vista no filme "Her". Diferentemente de outros dispositivos que oferecem uma ampla gama de funções, o "Friend" se concentra exclusivamente em ser um companheiro de conversação, semelhante à plataforma Replika, mas com a peculiaridade de ouvir constantemente.

A Schiffmann arrecadou US$ 2,5 milhões de investidores notáveis, como Raymond Tonsing, da Caffeinated Capital, Cory Levy, fundador da Z Fellows, e vários outros que se destacam no setor de tecnologia e empreendedorismo. A empresa começará a aceitar pré-encomendas de sua versão básica branca, com remessas previstas para janeiro de 2025.

 

Desafios e controvérsias

O lançamento do "Friend" gerou debates sobre as implicações de ter um dispositivo que escuta constantemente. Embora Schiffmann garanta que nenhuma gravação ou transcrição de áudio seja armazenada e que os usuários possam excluir qualquer gravação, persistem as preocupações com a privacidade e a possível dependência emocional da tecnologia.

O dispositivo não tem a intenção de ser uma ferramenta terapêutica ou de produtividade, mas sim um "brinquedo emocional" para combater a solidão, de acordo com seu criador. Essa proposta foi vista com ceticismo por alguns, especialmente devido ao precedente de produtos semelhantes que prometiam mais do que podiam cumprir.

Com foco na conexão emocional e na companhia constante, o Friend pode representar um avanço na forma como interagimos com a inteligência artificial. No entanto, a aceitação do público e o sucesso comercial do dispositivo ainda não foram confirmados, especialmente em um mercado em que outros wearables com IA não conseguiram atrair a atenção do consumidor. O lançamento desse curioso dispositivo está programado para o primeiro trimestre de 2025 e, nesse momento, será avaliado se ele conseguirá cumprir suas promessas.