A plataforma de rede social X, de propriedade de Elon Musk, está sendo examinada pela Comissão de Proteção de Dados (DPC) da Irlanda devido a relatórios que indicam uma alteração nas configurações padrão da plataforma. Essa alteração permitiria o uso de dados do usuário para treinar o chatbot de inteligência artificial de Musk, conhecido como Grok. Essa situação fez com que a DPC intensificasse suas investigações sobre a X, levantando preocupações entre os usuários e os defensores da privacidade.

A DPC tem se comunicado com a X sobre esse assunto há vários meses, sendo que a última interação ocorreu um dia antes de a notícia ser divulgada. A comissão expressou surpresa com os recentes acontecimentos e mencionou que pediu uma resposta da X, esperando mais interações no início da próxima semana.

Grok é um chatbot de inteligência artificial projetado para ser espirituoso, informativo e envolvente, desenvolvido pela xAI, uma empresa de pesquisa fundada por Elon Musk. A controvérsia surgiu porque as configurações padrão da plataforma X permitem o uso de publicações, interações e outros dados do usuário para treinamento e ajuste do chatbot.

Várias entidades e usuários da plataforma alertaram sobre a necessidade de desativar essa configuração para proteger sua privacidade. O ProtonMail, um serviço de e-mail criptografado, orientou seus seguidores no X sobre como desativar a configuração padrão. Em uma publicação de 26 de julho, o ProtonMail instruiu seus 304.500 seguidores a navegar atéConfigurações> Privacidade e segurança> Compartilhamento de dados e personalização> Grok, para desativar a opção.

 

 

Esse incidente ocorre pouco depois de Elon Musk ter anunciado planos para tornar o Grok de código aberto, à medida que um processo contra a OpenAI, outro desenvolvedor de chatbot de IA, ganha força. Musk acusou a OpenAI de violar um acordo de fundação que afirmava que a organização sem fins lucrativos deveria promover a inteligência artificial geral de código aberto para o benefício da humanidade. O desacordo ressalta as tensões na comunidade tecnológica sobre o uso ético e a transparência no desenvolvimento da inteligência artificial.

Comparações com outras redes sociais

A X não é a única plataforma que usou dados de usuários para treinar seus sistemas de inteligência artificial. Recentemente, a Meta informou os usuários da UE e do Reino Unido sobre uma mudança futura que permitiria o uso de conteúdo público no Facebook e no Instagram para treinar sua IA. No entanto, a empresa acabou interrompendo seus planos devido à pressão regulatória.

O debate sobre o uso de dados pessoais para o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial levanta questões importantes sobre privacidade e consentimento. À medida que as plataformas digitais continuam a evoluir e a expandir seus recursos, o equilíbrio entre a inovação e o respeito aos direitos dos usuários torna-se cada vez mais crucial.