A Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, confirmou que retomará seus esforços para treinar sistemas de inteligência artificial usando publicações públicas de usuários do Reino Unido. Esse anúncio foi feito após a interrupção de seus planos devido à pressão regulatória no país. A Meta afirma ter incorporado o feedback dos reguladores para melhorar a transparência do processo, implementando uma abordagem de opt-out, o que significa que os usuários terão que optar por não participar se não quiserem que seus dados sejam usados.

 

Transparência e cultura britânicas

De acordo com Meta, essa nova fase busca permitir que os modelos de IA reflitam a cultura, a história e o idioma britânicos. A partir da próxima semana, os usuários do Reino Unido começarão a receber notificações nos aplicativos do Facebook e do Instagram explicando o uso de seu conteúdo. A Meta planeja começar a usar essas publicações públicas para treinar seus sistemas de IA nos próximos meses, desde que os usuários não se oponham por meio do processo fornecido pela empresa.

O anúncio foi feito três meses depois que o Information Commissioner's Office (ICO) do Reino Unido levantou preocupações sobre o uso de dados de usuários para treinar algoritmos de IA generativos. Além disso, a Meta está enfrentando questionamentos da Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, que também expressou dúvidas sobre a legalidade de tais práticas na UE. No entanto, ainda não se sabe quando ou se a Meta retomará esses treinamentos na UE.

Uma das principais críticas ao Meta é o processo complicado para os usuários optarem por não usar seus dados. Na primeira vez que o Meta tentou implementar essa abordagem, o formulário de exclusão estava escondido atrás de vários cliques, e os usuários tinham que justificar sua decisão. Embora a Meta afirme ter simplificado esse processo, ela não forneceu detalhes claros.

A ICO indicou que continuará a monitorar a situação para garantir que a Meta cumpra a lei de proteção de dados. Embora o órgão tenha deixado claro que as empresas devem ser transparentes e fornecer caminhos simples para que os usuários se oponham ao uso de seus dados.