A Amazon está se preparando para lançar uma versão renovada da Alexa, sua assistente virtual, em outubro nos Estados Unidos. De acordo com informações obtidas pela Reuters, essa nova versão usará a inteligência artificial Claude, desenvolvida pela Anthropic, em vez dos modelos de IA da própria Amazon.
A decisão de recorrer à tecnologia da Anthropic ocorre após problemas com tentativas anteriores de aprimorar a Alexa com software interno. De acordo com fontes citadas pela Reuters, essas versões iniciais tiveram dificuldade para processar comandos, com atrasos significativos no reconhecimento de voz.
O uso do Claude permitirá que a Amazon ofereça uma versão mais avançada da Alexa, apelidada de "Remarkable Alexa", que terá um custo estimado de US$ 5 a US$ 10 por mês. A empresa manterá inalterada a versão básica e gratuita do assistente, conhecida como "Classic Alexa".
A Amazon justificou a decisão de incorporar tecnologia externa como uma estratégia para melhorar a experiência do usuário. Embora a empresa tradicionalmente evite depender de tecnologias que não controla diretamente, o desempenho superior da Claude em comparação com seus próprios modelos de IA foi um fator determinante nessa escolha.
Além disso, a nova versão da Alexa buscará competir com outros assistentes de voz que foram significativamente aprimorados pela incorporação de tecnologia avançada, como o ChatGPT da OpenAI nos produtos da Microsoft e da Apple.
From zero to Hero with ChatGPT
O produto Remarkable Alexa também terá como foco a automação residencial, permitindo que os dispositivos se lembrem das preferências específicas do usuário. Entre outros recursos, espera-se que o assistente seja capaz de lidar com tarefas mais complexas, como fazer pedidos ou escrever e-mails com um único comando.
A Reuters observa que, embora a Amazon planeje lançar uma prévia do novo serviço durante seu evento anual de dispositivos e serviços, ela ainda não anunciou uma data oficial. O evento marcará a primeira aparição pública de Panos Panay como chefe de dispositivos da Amazon.
O mercado de assistentes virtuais tem se tornado cada vez mais competitivo, especialmente desde o lançamento do ChatGPT em 2022, o que levou a uma intensificação do desenvolvimento de software de IA em várias empresas de tecnologia. Nesse contexto, a Amazon redobrou os esforços para manter a relevância do Alexa, um produto que, embora popular, não conseguiu se estabelecer como uma fonte significativa de receita.
O analista Justin Post, citado pela Reuters, estima que a nova versão do Alexa poderia atrair cerca de 10% dos atuais usuários ativos da plataforma, o que se traduziria em pelo menos US$ 600 milhões em receita anual, caso adotassem a assinatura mensal.
Apesar das expectativas, a Amazon tem sido cautelosa quanto à implementação final dos novos recursos, indicando que o produto pode ser adiado ou ajustado se não atender a determinados critérios de qualidade. Essa estratégia reflete a abordagem cautelosa da empresa ao tentar revitalizar uma tecnologia que muitos consideram atrasada em comparação com as alternativas mais recentes no mercado.
O investimento da Amazon na Anthropic, que inclui um acordo de US$ 4 bilhões, destaca a importância desse projeto para o futuro da Alexa. No entanto, o relacionamento entre as duas empresas está sendo analisado pelos órgãos reguladores do Reino Unido, que lançaram uma investigação antitruste para avaliar o impacto do acordo sobre a concorrência.