Em meio à corrida para o Salão Oval, os desenvolvimentos quase diários no campo da inteligência artificial tornaram essa tecnologia uma questão fundamental durante a campanha. Já abordamos as opiniões dos republicanos sobre IA. Agora, é importante saber qual é a trajetória e a opinião do campo democrata em uma questão tão instável.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, participou de uma cúpula sobre inteligência artificial organizada em Londres pelo primeiro-ministro britânico Rishi Sunak. A reunião, realizada em uma antiga base de espionagem perto da capital britânica, reuniu representantes de 28 países, incluindo os EUA e a China, que assinaram um acordo para trabalhar em prol de uma "responsabilidade e acordo compartilhados" sobre os riscos da IA.
Harris, no entanto, não esteve presente no primeiro dia da cúpula, mas, em vez disso, fez um discurso na embaixada dos EUA, onde pediu uma ação imediata para abordar "todo o espectro" de riscos de IA, além de ameaças existenciais, como ataques cibernéticos maciços ou armas biológicas formuladas por IA. Em seu discurso, ele anunciou a criação de um novo instituto de segurança de IA dos EUA, com o objetivo de estabelecer padrões para avaliar modelos de IA para uso público. Essa abordagem reflete a preocupação constante de Harris com a regulamentação e a segurança da IA, uma postura que assume relevância adicional em um contexto em que sua possível candidatura presidencial está no horizonte, após o anúncio de Joe Biden de que não buscará a reeleição.
Nascida em 20 de outubro de 1964 em Oakland, Califórnia, Kamala Harris construiu uma carreira de destaque no direito. Formada em ciências políticas e economia pela Howard University e, posteriormente, em direito pela University of California, Harris é filha de imigrantes jamaicanos e indianos. Ela trabalhou como promotora assistente e gerente da Unidade Criminal de Carreira da Promotoria de São Francisco e é autora de vários livros sobre segurança e justiça.
Em seu cargo de vice-presidente, Harris pressionou por medidas para garantir que as ferramentas de IA usadas pelo governo federal não prejudiquem os direitos e a segurança dos cidadãos. Este ano, ela anunciou que, até dezembro, todos os órgãos devem implementar salvaguardas concretas para supervisionar tudo, desde tecnologias de reconhecimento facial em aeroportos até ferramentas de IA que gerenciam redes de energia ou determinam hipotecas e seguros residenciais. Harris deixou claro que, embora a inovação seja importante, ela deve ser equilibrada com a segurança nacional e a justiça.
From zero to Hero with ChatGPT
Kamala Harris tem sido uma figura importante na promoção da regulamentação da inteligência artificial, buscando uma abordagem equilibrada que combine inovação e proteção social. Em seu cargo de vice-presidente, ela liderou a criação de padrões de segurança voluntários e uma ordem executiva para o uso de IA no governo. Harris declarou em um discurso que "rejeitamos a falsa escolha que sugere que devemos escolher entre proteger a sociedade ou promover a inovação" e enfatizou a necessidade de uma forte supervisão governamental para impedir que as empresas de tecnologia priorizem os lucros em detrimento da segurança e da estabilidade da democracia.
Em um discurso em novembro, Harris enfatizou a importância de regulamentar a IA de forma eficaz, afirmando que "esses compromissos voluntários são um primeiro passo em direção a um futuro mais seguro com a inteligência artificial; há mais a caminho". Além disso, ela destacou o papel moral e ético do governo na proteção do público contra os possíveis danos da IA, garantindo que essa tecnologia seja desenvolvida de forma a beneficiar a todos. Harris criticou a falta de regulamentação e pediu uma ação imediata para estabelecer regras mais rígidas e maior responsabilidade para as empresas.
O futuro político e as criptomoedas
Mark Cuban, uma figura proeminente no mundo dos negócios, expressou otimismo sobre uma possível presidência de Kamala Harris, especialmente em relação ao desenvolvimento de criptomoedas e IA. Cuban sugere que Harris poderia promover um ambiente favorável para o crescimento do Bitcoin e de outras tecnologias emergentes, em contraste com a atual regulamentação rigorosa da SEC sob o comando de Gary Gensler.
Em resumo, Kamala Harris será uma figura importante na discussão sobre a regulamentação e o uso seguro da inteligência artificial e das criptomoedas, questões cruciais no atual cenário tecnológico e político dos EUA.