O Departamento de Comércio dos EUA publicou um relatório na segunda-feira apoiando modelos abertos de inteligência artificial generativa, como o Llama 3.1 da Meta. No entanto, o relatório também recomendou que o governo desenvolva "novos recursos" para monitorar esses modelos quanto a possíveis riscos.
O relatório, produzido pela Administração Nacional de Telecomunicações e Informações (NTIA) do Departamento de Comércio, destaca que os modelos abertos expandem a acessibilidade da IA generativa para pequenas empresas, pesquisadores, organizações sem fins lucrativos e desenvolvedores individuais. Por esse motivo, sugere que o governo não imponha restrições a esses modelos abertos sem antes avaliar se tais limitações podem afetar negativamente o mercado.
Benefícios da IA aberta.
O documento reflete opiniões semelhantes às expressas recentemente pela presidente da Comissão Federal de Comércio (FTC), Lina Khan, que acredita que os modelos abertos podem permitir que mais pequenas empresas e empreendedores coloquem suas ideias no mercado, promovendo assim uma concorrência saudável. Alan Davidson, subsecretário de comércio para comunicações e informações e administrador da NTIA, ressaltou a importância dos sistemas abertos de IA em uma declaração oficial, observando que esses modelos têm opotencial de influenciar a concorrência e a inovação, além dos riscos inerentes a essas tecnologias avançadas.
Davidson comentou que "a abertura dos maiores e mais poderosos sistemas de IA afetará a concorrência, a inovação e os riscos dessas ferramentas revolucionárias". O relatório da NTIA reconhece a importância dos sistemas abertos de IA e pede um monitoramento mais ativo dos riscos associados à ampla disponibilidade de modelos em grande escala. De acordo com o relatório, o governo tem um papel fundamental a desempenhar no apoio ao desenvolvimento da IA, enquanto os recursos também devem ser construídos para identificar e abordar riscos novos e emergentes.
Regulamentações e o futuro.
Este relatório é publicado em um cenário de debates regulatórios crescentes, tanto em nível nacional quanto internacional. Por exemplo, o estado da Califórnia está considerando o projeto de lei SB 1047, que exigiria que as empresas melhorassem sua segurança cibernética e desenvolvessem mecanismos de controle sobre modelos que usam mais de 1026 FLOPs de poder de computação. Internacionalmente, a União Europeia estabeleceu novos requisitos em sua Lei de IA, com foco em direitos autorais, transparência e aplicativos de IA. A Meta expressou que as políticas da UE poderiam limitar sua capacidade de lançar determinados modelos abertos no futuro. Ao mesmo tempo, várias startups e grandes empresas de tecnologia discordaram da legislação proposta na Califórnia, argumentando que essas medidas são muito restritivas.
Embora a posição da NTIA não seja totalmente laissez-faire, o relatório pede que o governo desenvolva um programa contínuo para avaliar os riscos e os benefícios dos modelos abertos de IA. Isso incluiria pesquisa sobre a segurança de vários modelos de IA, suporte para mitigação de riscos e estabelecimento de limites de indicadores de risco específicos para orientar possíveis mudanças de política.
Gina Raimondo, secretária de comércio dos EUA, disse que essas medidas estão alinhadas com a ordem executiva do presidente Joe Biden sobre IA. Raimondo enfatizou que o governo Biden-Harris está comprometido em maximizar os benefícios da IA e, ao mesmo tempo, minimizar seus riscos, garantindo que o relatório forneça um roteiro para a inovação responsável e a liderança dos EUA nesse campo.
